domingo, 31 de maio de 2009

Reflexão Tutoria XI

Reflexão
O Ciclo de Escrita

Ao longo desta formação PNEP fui-me dando conta que tudo aquilo que coloquei em prática, até hoje, me enriqueceu o espírito, o conhecimento e que, acima de tudo, também os meus alunos ficaram a ganhar.
Não tem sido tarefa fácil dado que os alunos com os quais trabalho frequentam já um sexto ano de escolaridade e, tratando-se de uma turma de Percurso Curricular Alternativo, têm características diferentes. As dificuldades ao nível da escrita e do vocabulário são mais que muitas, mas juntos temos vindo a crescer e a colocar em prática diversas actividades que nos têm enriquecido.
Desenvolver com os alunos o Ciclo da Escrita é, sem dúvida, muito importante. Agora que também eu percebi o que o Ciclo da Escrita implica (sim, porque ninguém nasce ensinado e ainda bem que há pessoas que nos ensinam estas coisas!) é minha opinião que, no caso específico da minha turma, e em anos de escolaridade mais avançados, teria sido muito vantajoso se o tivéssemos aprendido logo no início do ano lectivo. Mas, como nunca é tarde, e como ainda tenho muito que aprender e ensinar, no ano lectivo que se segue colocarei esta e outras ideias em prática logo no começo.
Segundo Reuter (1996) «são os alunos que constroem activamente saberes e competências» e «esta construção assenta em competências, representações e saberes anteriores». Assim sendo, o ponto de partida do professor deverá ser o conhecimento prévio que o aluno tem sobre determinado assunto. Partindo desse conhecimento cabe ao professor suscitar no aluno a apetência por querer saber sempre mais facultando-lhe mais informação sobre o assunto e ajudando-o a organizá-la.
Para Simard (1990) a escrita constitui «um maravilhoso meio de expressão, de comunicação, de reflexão e de criação». Também Maria de Lourdes Sousa (1997) reconhece que, numa sociedade cada vez mais dependente de várias formas de comunicação, a incapacidade de manipular as várias formas de discurso escrito pode levar a grandes desvantagens num processo de plena integração social. Ora, todos nós sabemos da importância da correcta utilização do nosso código linguístico, nomeadamente da escrita, e das suas implicações no contributo para o sucesso escolar dos nossos alunos em todas as disciplinas. Para que os nossos alunos desenvolvam as suas competências de escrita é fundamental que escrevam textos sobre aquilo que conhecem, que vivenciam, que experimentam. E se o aluno não é detentor de conhecimentos prévios sobre aquilo que vai escrever, terá de ser o professor a fornecer-lhe a informação necessária. Não se pode escrever sobre aquilo que se desconhece! Vários são os autores que defendem que na escola sejam produzidos textos motivantes, que façam sentido para o aluno (Serafini, 1986; Costa, 1989; Albuquerque, 1997; Pinto, 1998…).
Em conclusão, e segundo Duarte (1994), a escrita deve ser precedida de análise de textos, em que se dê atenção a certos fenómenos linguísticos e retóricos e se promovam aprendizagens, para que a redacção do texto pedido surja como aplicação de conhecimentos e técnicas adquiridas, como produto de vários saberes. Aos meus alunos faltou o tempo para praticarem e consolidarem assim o Ciclo de Escrita, uma vez que como já referi este devia ter-se iniciado logo no arranque do ano lectivo.

Raquel do Carmo
30/05/2009

Sem comentários:

Enviar um comentário

Partilhe, quanto mais damos mais temos!