domingo, 12 de julho de 2009

Dois livros bem interessantes

Na Eb1 de Póvoa de Rio de Moinhos esteve patente uma feira do livro. Não resisti a comprar uns quantos. A opinião sábia da minha formadora residente foi uma óptima ajuda para adquirir boas obras. Aqui ficam duas delas.


Da editora Everest e com ilustrações de Catarina Cardoso, aqui está um livro que me fez recordar os meus tempos de menina pois é composto por textos populares da nossa tradição oral, textos esses que por vezes caem um pouco no esquecimento. Quem não se lembra...


Nove vezes nove
oitenta e um
sete macacos
e tu és um!
Fora eu
que não sou nenhum!


Vozes do Alfabeto, de João Pedro Mésseder, reúne cerca de três dezenas de poemas. São versos preferencialmente destinados a crianças em fases iniciais de aprendizagem da leitura e da escrita, ou seja, em idade de frequentar o 1º ciclo do Ensino Básico. A cada letra corresponde um texto, por vezes dois. Se aqui o poema se assemelha a uma micro-história em verso, acolá encena um pequeno episódio burlesco; e outros há que se mantêm num registo lírico. Organizados de acordo com a ordem das letras no alfabeto (primeiro o poema centrado no A, depois no B, depois no C, e assim sucessivamente), inspiram-se no trava-línguas da tradição oral. Deste modo, a simplicidade da linguagem, ao alcance da capacidade de compreensão da criança, vê-se literariamente compensada pelo recurso à aliteração, à assonância, à anáfora, ao jogo linguístico e a outros elementos expressivos. Rimados e ritmados, facilmente memorizáveis, os textos permitem, se lidos em voz alta, activar a atenção auditiva e concorrem para o desenvolvimento da consciência fonológica, sem nunca abdicarem da dimensão lúdica e do humor que são traços distintivos deste livro, profusamente ilustrado com imagens de assinalável qualidade..

Fonte:

Aqui ficam alguns exemplos.

Rói o rato a raiva de

não poder roer a rolha,

pois tem os dentes furados

de roer os rebuçados

do rei e da rainha da Rússia.

Cacto casa cana e corte

cume cone e cadeirinha

comichão e canivete

carapau e carapinha.

2 comentários:

  1. Que bom é rentabilizar os momentos de lazer com leituras e reflexão sobre as mesmas! Não importa o género. O que importa é não o fazer só para si, é divulgá-lo aos outros. E é isso que fazes, Raquel! É preciso é que os outros estejam atentos, porque os livros não mudam o mundo, mas mudam as pessoas que podem mudar o mundo.
    Gostaste deste trocadilho?

    Beijinhos.

    ResponderEliminar
  2. Gostei imenso do teu trocadilho. É bem verdade, desde que as pessoas estejam abertas à mudança. E como eu não quero ser uma professora «da era de mil novecentos e carqueija» vou tentando mudar com a ajuda preciosa de pessoas como tu.

    ResponderEliminar

Partilhe, quanto mais damos mais temos!